Vivemos dias de incerteza, angústia e medo por causa da pandemia do corona vírus. É um problema que atinge a todos no Brasil e no mundo.

A crise tomou tal magnitude que se tornou tema de conversa até entre as crianças, que precisam entender claramente oque está acontecendo (semblante dos adultos se mostra muito tenso).

As crianças, bem como os adulto sem confinamentos e veem obrigadas a conviver com uma nova rotina e cheias de incertezas. Alguns pais acham que estão poupando os filhos ao não falarem sobre a pandemia. Isso é um equívoco. As crianças observam e entendem que há uma atmosfera de preocupação, tensão e de que algo está acontecendo e, por não receberem a explicação do que está acontecendo e por não saberem, necessariamente, colocar em palavras as suas inquietações, “jogam” para o corpo essas angústias. Agitação, introspecção, agressividade, ansiedade, alteração nos hábitos alimentares, qualidade do sono (pesadelos?), por exemplo.

Então, converse com os filhos sobre a situação com linguagem simples e adequada para a idade da criança, para libertá-la do medo e da ansiedade. Dê abertura para que elas possam expressar seus sentimentos e dúvidas. Dê o direito a sentir medo e insegurança.

O que temos que evitar a todo custo é que o stress dos pais se torne tóxico, inclusive para as crianças. Ocorre nessas circunstâncias, a elevação de cortisol e da adrenalina (hormônios relacionados ao stress). Quando em excesso, pode haver transtorno de sono, irritabilidade, piora da imunidade, medos, transtorno de ansiedade, queda no rendimento escolar, dentre outros.

Para minimizar o stress:

Busque informações precisas sobre a doença, mas não torne a doença uma obsessão mental
Mantenha-se ativo
Busque o ócio criativo
Mantenha o bom humor
Atividade física regular
Pratique yoga e meditação que podem reduzir, substancialmente, o estresse

MAS, A NOSSA PREOCUPAÇÃO ESTÁ NO PÓS PANDEMIA.

Como será o amanhã? O que vai ser do nosso país e de sua população, após a crise?

Além do cuidado físico, também precisamos cuidar das nossas emoções. Afinal, o isolamento e a quarentena podem trazer descompensações.

Os efeitos psicológicos negativos podem incluir stress, confusão,raiva, principalmente associados aos estressores como medo do contágio, frustração, tédio, fakes news e perda financeira. Também na pós pandemia, poderão ocorrer sintomas de transtorno pós-traumático, que costuma emergir após catástrofes, guerras, desastres e pandemias, embora também possa atingir pessoas que passaram por experiências negativas em nível individual.

E como estarão nossos níveis de stress pós-traumático depois da pandemia?

Pesquisas constataram altos níveis de stress pós-traumático entre os moradores de Wuhan (confusão, raiva, tristeza, ansiedade, pânico, revolta). Segundo a pesquisa, 20% da população já apresenta sinais de stress pós-traumático, comum ocorrer após o isolamento social. O inimigo invisível ameaçou/ameaça dizimara todos. Ou seja, a sensação de morte é muito constante. Aquele ditado “a fila anda”, lá a fila voou, espalhando medo intenso. Estarei aqui amanhã? Quem cuidará dos meus filhos? E os meus bens?

Ações práticas (para que você não fique tomada pelo medo da morte iminente):

-Fique em casa
-Aproveite essa oportunidade única de estar consigo e com os seus, mais juntos
-Selecione as notícias
-Rotina
-Delegue tarefas domésticas. Isso ajuda na organização interna das crianças, pois um ambiente sujo e bagunçado aumenta a sensação de caos
-Faça chamadas de vídeo para ver e ouvir pessoas e também,se mostrar
-Videoconferência com os avós. Vê-los pode tranquilizar as crianças
-Converse ao telefone para manter uma conexão vocal com pessoas
-Mantenha-se ocupado. Desengavete projetos.
-Mantenha o autocuidado: sistema imunológico, alimentação, hidratação, descanso, rotina de sono, atividade física (melhorar a circulação sanguínea e a oxigenação do cérebro, previne ou reduz a ansiedade e o stress–endorfina)
-Pratique empatia e solidariedade
-Promova intervalos de ócio
-Defina horários para uso saudável de telas
-Seja o modelo de comportamento que espera dos filhos
-Evite ficar horas grudado no celular, demonstre equilíbrio e mantenha a calma
-Criança que tem agenda lotada, poderá ter sintomas de ansiedade e tristeza devido a ociosidade. Atividades motoras para elas
-Procure apoio psicológico

A primeira constatação sobre o que virá pós pandemia não dá para saber. São tantas as variáveis em jogo que qualquer previsão será frustrada. A única certeza é a mudança, não apenas de hábitos. Mas, nos acostumaremos. Lembram-se quando tínhamos que usar o cinto de segurança? E no apagão e na crise hídrica?

Passaremos a ter novos hábitos:

-Usaremos mais sabão e água
-Seremos mais cautelosos quanto ao consumismo
-Menos eventos irrelevantes\Menos reuniões inúteis
-Escritórios com metade do tamanho atual\Mais uso de coworking
-Mais gente trabalhando em casa/ Aumento de produtividade
-Carrões que não sairão das garagens. Então, para que carrões?
-Estreitamento dos laços afetivos, sobretudo os familiares
-Respeito a natureza, ao SUS, aos professores para a reconstrução do mundo pós-pandemia
-Desenvolva seu espírito cívico (trabalho voluntariado)
-Menos egoísmo. Agiremos como nação
-Renunciaremos às recompensas imediatas\Mundo com menos vaidades

A reflexão que fica é:

A viagem será para dentro de si mesmo, a riqueza acumulada será interna, a tecnologia deverá passar a ser usada para aproximar e não para afastar, como víamos antes da quarentena e teremos que apreender a conviver com as incertezas.

E se alguém espirrar perto de mim? Entrarei em pânico?
Estigmatizarei as viagens para a Itália, para NY?
Sentiremos medo quando um chinês se sentar ao lado na poltrona do avião?
NADA DISSO!!!!
Sabemos que as crises não são períodos fáceis, mas são excelentes oportunidades de crescimento. Uma crise pode trazer diversas mudanças positivas, novos hábitos surgem, não duram para sempre e podemos utilizá-las a nosso favor.
São muitas incertezas, mas uma coisa é certa: vai passar e vamos cuidar para sairmos inteiros dessa.